segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Dinisandokan

Sandokan.
Sandokan.
Warm and tender is the love
and people know the way to love
cruel and bloody is the war
and people know how to make war
but the people can be unfair
and there's no one to help them there
I love my people
I love my land
and everybody seems to understand
all together
all together
now together
hand in hand let's go to the sun.

Sandokan
Sandokan.
Make me warm and I will be the one

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Darci à busca da Fama


Darci. Possante avançado do Belenenses de Nito e Calila, destacou-se sobretudo por não se ter destacado. Dominava a arte da invisibilidade em campo como ninguém, só que ao invés de um qualquer Custódio deste Mundo, Darci não dava azo ao chavão "não se dá por ele, mas a sua manobra é essencial para a equipa". Em boa verdade, o chavão apregoado assemelhava-se mais a um "não se dá por ele, mas ao menos dá descanso à defesa do adversário".

Sedento de notoriedade, Darci decidiu dar nas vistas. Sem precisar de pontapear o esférico, isto é. Pensou que se destacaria por ter o maior nariz de porco da primeira Divisão. Mas Carlos Secretário reclamou esse título só para si. Um papa-taças, o nosso Carlos...Campeonato, Taça,Supertaça,Taça UEFA,Liga dos Campeões e Maior Nariz de Porco da Primeira Divisão.

Tendo falhado mais este golo na baliza da vida, Darci Miguel Monteiro procurou o remate da quina da área. Fora do seu alcance de qualquer guarda-redes. Este foi o maior golo da sua carreira.O golo da fama, atingido na sua terra natal no ano de 1999:

"Quem assistir ao Campeonato Carioca de Futebol, que começa neste domingo, dia 7, pode se pegar duvidando dos próprios olhos. Ronaldinho, o jogador mais caro do mundo, teria trocado a Internazionale de Milão pelo modesto Olaria? Não, trata-se do sósia Darci Monteiro, 29 anos, atacante do Olaria. Segundo Darci, em 1993 os dois chegaram a disputar uma partida, Ronaldinho ainda no Cruzeiro e Darci pelo Belenenses de Lisboa. "Mas na época não éramos muito parecidos porque Ronaldinho tinha cabelo. Eu sempre raspei, meu cabelo é um problema(Nota:confirma-se pelo cromo no Belém)." Darci já foi várias vezes confundido com o tetracampeão. Mas as semelhanças entre os dois param por aí. Darci recebe no Olaria R$ 50 mil por seis meses de contrato. Já Ronaldinho fatura US$ 12 milhões por ano."

in http://www.terra.com.br/istoe/gente/153604.htm

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Uma Viagem pelo Minho













Ah, Barcelos. Que o pueril ar fresco que se respira nas madrugadas minhotas seja reflectido no orvalho das tuas cinzentas calçadas forradas a paralelepípedos. Que a torrente de futebol alicerçado no letal contra-ataque seja proporcional ao sacramental anti-jogo quando te apanhas a ganhar. Que a contenção feita futebol se desfaça na rede adversária através de uma negra lança sobrevoando o verde tapete.

Será que a bola transformada em ponto fulcral de uma demanda pelo sucesso do cinismo pode ser levada a sério? Será que um autocarro transversalmente estacionado pode ser ponto de partida para uma rápida incursão pela autoestrada que rápida e ríspidamente nos entrega à porta da nobre e desejada meta? É só encostar, Mangonga.

Todas as viagens têm um ponto de partida. A nossa viagem de hoje começa num Tuck. Um Tuck começa quando um qualquer Abdel-Ghany ataca. Aliás, existiriam Kikis se não fosse pelos Hadjis deste Mundo? Seria necessária a existência de um Fernando Aguiar, não fôra pela tímida genialidade de um Walter Paz?

Entra em cena Tuck. O desarme feito arte. O sentido posicional feito bandeira. Um Custódio antes do Custódio. O assassino silencioso. Sem grandes alaridos, sem grandes marcas na integridade física do oponente. A bola? Já era. O drible? Impossível. Neste terreno não há lugar para a fantasia indomável do esfíngico Sabry. Neste Mundo o polícia não é George Walker Bush. Neste Mundo o cowboy é Tuck, polícia discreto, carismático capitão, líder que partilha os holofotes.

Após tomar o seu início no desarme, a viagem continua pelo génio. Todos nós temos um pouco de génio e de louco, é certo. Mas certos indivíduos possuem esta primeira característica em doses industriais. O meio-campo de Barcelos era um bom exemplo. Dois senhores percorrem o mesmo terreno de forma tão equilibrada na sua justiça, quanto desiquilibrada no teor de Q.I. em relação aos seus desamparados oponentes. O ponderado, regrado e cerebral Caccioli, personalidade inexorável da verdinha meia-lua, é o perfeito contraponto ao genial rebelde sem causa João Oliveira Pinto, a promessa que nunca o foi. Dois nomes de craque para uma linha de texto, duas luvas para duas mãos siamesas, duas cerejas no topo de um bolo coberto do mais delicioso glacê.

Se um "tuck" na bola inicia a viagem, são precisos um grande condutor e seu fiel co-piloto para levar o glorioso veículo ao parque de estacionamento do Olimpo. Manobras arrojadas nunca foram problema para o aveludado J.O. Pinto, craque de nome, e Mad Max de coração, que apenas precisava de direcção. Direcção, dizeis vós? Pois quem melhor para as fornecer do que o homem que dispensou qualquer volume capilar para arranjar espaço para o seu GPS cerebral? Cacci "O Homem-Assistência" Oli. Qual baterista marcando o ritmo de um acelerado riff de uma rebelde guitarra, qual Rui Costa passeando (devagar, claro) pela primeira página de uma anónima edição do jornal "A Bola", Caccioli era o calvo maestro que dirigia o atum J.O. Pinto nesta sanduíche que tinha Tuck como alface.

Porém, esta viagem só faria sentido se chegasse ao destino. Para comer tremoços é preciso tirar a casca. É necessária a existência de alguém que ponha os meninos a dormir. Um picheleiro que feche a torneira. Um carteiro que termine o dia com o sorriso estampado de dever cumprido na sua abigodada face. Se vociferamos então por um matador de sangue gelado, com Mangonga o tiro nunca sai furado. Este esquivo sniper de lábios cinzentos enterrou os sonhos de muitas almas despojadas de esperança, que olhavam impotentes para o relvado, de olhar vazio, enquanto o diminuto Mantorras do Congo lhes roubava a alegria debaixo dos seus peludos narizes.
Makopoloka Mangonga, o "Zairense (agora Conguito) decisivo", saía invariavelmente do relvado abraçado a seus compadres, e com um vitorioso esgar decalcado nos seus cinzentos lábios, dizia baixinho a Nené Santarém: "Hoje o herói sou eu, amanhã serás t...não. Amanhã também serei eu. Desculpa."

Viagem curta, esta. Curta, mas saborosa como uma pinga de mel que escorre de um jarro quebrado numa tarde de Verão na Rechousa.
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